Wednesday, October 22, 2008


Começo a recear a irreversibilidade desta insatisfação. Anseio pertencer a algo, alguém, qualquer coisa e vens-me sempre à memória lembrando-me o quanto sou incompleta e como tal imperfeita. Parece que entro no jogo logo em desvantagem, falta-me a carta principal, a minha força, inteligência e segurança. Assim ando há quase dois anos mas só agora me apercebi de que posso vir a perder o jogo por causa de ti. O que foi que te levou e, contigo à força que eu parecia ter? Quem raio decidiu que havias de ser tu se todos os dias passam por mim carcaças de pessoas que vagueiam sem rumo? Quem tomou tal decisão? Quem? A quem é que eu posso bater à porta para reclamar e despejar as minhas lamúrias exigindo-te de volta? A quem posso processar, agredir, fazer sangrar por tu não estares aqui? Quem é que vai restituir a minha integridade? Quem é que vai devolver o meu alento? Quem é que vai reparar este engano? Mas quem é que ainda me pode ouvir e não deixar passar este pesar que me acompanha em vão? Quem é que vai reparar o meu sorriso e torná-lo novamente espontâneo? Quem? Quem? QUEM? Será que ainda engano alguém fingindo-me viva?