Ando com o peso do Mundo aos ombros, não tenho quem o reparta comigo agora. Há muito tempo que o carrego mas agora sinto-o em cada célula do meu corpo. Ando com o peso do meu Mundo aos ombros e com a menina pela mão, a que olha para mim como se fosse super-mulher e segue a meu lado acrescendo o peso mas aliviando a dôr. Receio não a conseguir iludir o suficiente e deixá-la por vezes receosa de que o peso recaia sobre nós. Não finjo o suficiente e é ela quem mais testemunha os meus momentos de fraqueza. Este peso que assenta sobre os meus ombros sempre cá esteve mas foi temporariamente suprimido pela tua força, pelos teus ombros, pela segurança com que vias o meu futuro. Não há certezas agora, não há certezas em relação a nada, o que era incerto mantém-se e o que era certo já não o é. Certa estou de que enquanto viva carregarei este peso sobre os ombros e só mesmo o tempo o poderá aliviar.
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