É aguda a dôr que sinto no meu peito, é aguda e perturbadora. Surge inesperadamente, associada a uma imagem de ti, uma canção, um cheiro, uma sensação. Surge assim subitamente e depois não parte e deixa-se ficar prolongadamente. Surge em qualquer dia, com qualquer palavra, muitas vezes já nem distingo a associação. Surge de dia e de noite, quando trabalho ou descanso, surge e deixa-me paralisada, de dôr, de saudade, de incapacidade de controlar o amor que me falta. É dôr, é escuridão, é estar perdida de tanto te "encontrar" em sensações etéreas que desejo eternas. Já desespero na tua ausência, sobrevivo estes dias colados uns aos outros sem esperança nem paixão. Sobrevivo-os sem desejo sequer. Sobrevivo à dôr porque afinal de contas a amo.. amo cada momento em que pelo menos sinto algo, ainda que seja esta dôr. Dôr aguda no meu peito, aguda e perturbadora, que povoa o meu interior. Ainda que tanto doa, dor que não perdoa, amo-a desde que me mantenha ligada a ti. Amo-te a ti, sempre e para sempre, mãe.
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2 comments:
art craves on pain, and actually takes one to know one, doesn't it?
triste?...
I agree... e que razão haverá para a tristeza me abandonar se dela vivo e é ela que respiro.
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