Tuesday, July 28, 2009

o pai

Aprendi a amar o meu pai, incondicionalmente, independentemente das voltas que as nossas vidas dão. Aprendi a compreendê-lo como diferente de mim e tão parecido nalgumas coisas. Aprendi que o tenho para sempre, tal como te tenho a ti. Aprendi que me ama, que sou sua, que me guarda consigo, que me quer bem, que me acarinha como consegue, de forma diferente da tua mas ainda assim é carinho, eu sei. Aprendi que o que nos une é suficientemente forte para eu conseguir abstrair-me do que nos rodeia e de quem nos rodeia. Percebi a tentativa alheia do enfraquecer da nossa relação, percebi o interesse externo no segredo do nosso distanciamento. Pois bem, não estou disposta a abdicar dele por qualquer conforto que possa ter, tal como não abdicaria de ti. Também percebi que perdi muito tempo e imensas oportunidades, tal como contigo.
Aprendi a ler-lhe nos olhos a tristeza que esconde na rudeza do trato. Aprendi que sou parte dele para sempre e, mais ainda, percebi que quero ser. Aprendi a amá-lo como o único pai que queria ter. Aprendi que a consistência dos sentimentos me dá mais tranquilidade que a volatilidade das expressões.
Percebi o que sempre me disseste... finalmente percebi, embora sempre te tenha dito que já sabia. Finalmente perdoei, mãe. Só lamento não poderes estar aqui... não sabes a falta que nos fazes.

3 comments:

Blondy said...

Eu adoro-te. És linda.

Unknown said...

Ao ler estas palavras estou a reconhecer a minha guerreira. E só Deus sabe a Alegria que sinto ao perceber que estás a abrir a tua concha e a arrumar o teu coração. Eu estou aqui, nem sempre tão presente como deveria e culpo-me por isso muitas vezes. Mas eu sei e tu também sabes que estou aqui para ti incondicionalmente pq te adoro, pq te admiro, pq és e serás sempre a minha Amiga.

justasoul said...

Felizmente sei que a presença física e a presença como parte integrante da vida de outrém não são necessariamente proporcionais. E isto serve para quem longe sempre tem feito parte de mim e despertado sorrisos inexplicáveis por patetices que podem julgar esquecidas mas fazem tanto parte de quem eu sou que me parecem ter acontecido ontem... "ó minha amiga"