Sunday, April 29, 2007
Parabéns Mãe!
Parabéns pelos teus eternos 51 anos, parabéns por tanto seres amada, parabéns por teres sido a melhor do Mundo, parabéns por seres mãe como nenhuma outra, parabéns por seres recordada com tanto carinho, parabéns por estares sempre na nossa mente. E parabéns por nos teres ajudado a cumprir com a nossa palavra, a menina foi hoje baptizada. Amo-te!
Saturday, April 28, 2007
Mensagem de uma amiga e resposta
Minha amiga:
Este é o Dezembro…
…um Dezembro de média idade mas muito acabado, escuro, usa bigode preto, sujo e mal aparado e tem barba de há três, quinze dias. É austero, frio, triste e distante. Vem em passo acelerado, grunhindo em voz baixa e com sobrolho carregado porque não quer dar pataco e não responde à alegria de um Olá, não está para aí virado. Passa fugaz na pressa de um Adeus. Poderiam pensar: “Vem com pressa, trás Natal!”, mas não. Nem Natal, nem Ano Novo, nem Carnaval ou Páscoa durante muito, muito, muito tempo. Este Dezembro não trás nada, só tira. E tira tudo, uma mãe a uma filha, uma avó a uma neta, uma guerreira à sua grande pequena batalha, a vida…
Um Dezembro que não podia acontecer…mas aconteceu. Foi curto. Começou na sexta-feira à tarde e terminou na madrugada de Sábado dia 23. Eu nem queria acreditar! Ora está tudo sereno ora É a negra manhã de Luto por uma Mãe… E se o Dezembro foi curto, o Janeiro não chegou. Tudo se resume à dor daquela noite. O despertar? Completamente inútil! Uma brincadeira de criança? Triste, francamente triste, ri na inocência de quem nada sabe. Um riso na estupidez? Despropositado, Já nem recordo porque ser ri. Um passeio junto ao mar? Perda de tempo! Comer? Futilidades! Viver? Para quê?
Amiga, porque não podes passar o resto dos teus dias na cama, por muito confortável que soe. Também tu és mãe e tens uma filha para criar. Por trás das brincadeiras da tua criança está o calor onde te podes aninhar. No sorriso vem o abraço de uma amizade e nós estamos aqui. Com o mar recordas a luz e o quanto podes ainda ser feliz. Comer amiga? Comer faz falta e ponto! Viver? Vamos vivendo, devagarinho…na verdade parece andamos por aqui para isso.
Adoro-te. Força. Penso sempre em ti.
Eu:
Acabei naquela manhã em que deixei de ser filha e passei a ser alma vazia num corpo que deseja ser tão inerte quanto o de minha mãe, apesar de ter de acompanhar o passo acelerado medido ainda em centímetros daquela que é minha filha. Sempre só fingindo vencer eu própria batalhas, quando no fundo sei que perco sempre uma e outra acabando por destacar lascas de mim até nada ser... como agora. Não sobra nada daquilo que tiveste por amiga, sou um palhaço animado por cordas invisíveis num teatro de riso que oculta com máscaras coloridas a dor de quem se sabe perdido, pequeno e sozinho falando num eco mudo para um mundo surdo.
Este é o Dezembro…
…um Dezembro de média idade mas muito acabado, escuro, usa bigode preto, sujo e mal aparado e tem barba de há três, quinze dias. É austero, frio, triste e distante. Vem em passo acelerado, grunhindo em voz baixa e com sobrolho carregado porque não quer dar pataco e não responde à alegria de um Olá, não está para aí virado. Passa fugaz na pressa de um Adeus. Poderiam pensar: “Vem com pressa, trás Natal!”, mas não. Nem Natal, nem Ano Novo, nem Carnaval ou Páscoa durante muito, muito, muito tempo. Este Dezembro não trás nada, só tira. E tira tudo, uma mãe a uma filha, uma avó a uma neta, uma guerreira à sua grande pequena batalha, a vida…
Um Dezembro que não podia acontecer…mas aconteceu. Foi curto. Começou na sexta-feira à tarde e terminou na madrugada de Sábado dia 23. Eu nem queria acreditar! Ora está tudo sereno ora É a negra manhã de Luto por uma Mãe… E se o Dezembro foi curto, o Janeiro não chegou. Tudo se resume à dor daquela noite. O despertar? Completamente inútil! Uma brincadeira de criança? Triste, francamente triste, ri na inocência de quem nada sabe. Um riso na estupidez? Despropositado, Já nem recordo porque ser ri. Um passeio junto ao mar? Perda de tempo! Comer? Futilidades! Viver? Para quê?
Amiga, porque não podes passar o resto dos teus dias na cama, por muito confortável que soe. Também tu és mãe e tens uma filha para criar. Por trás das brincadeiras da tua criança está o calor onde te podes aninhar. No sorriso vem o abraço de uma amizade e nós estamos aqui. Com o mar recordas a luz e o quanto podes ainda ser feliz. Comer amiga? Comer faz falta e ponto! Viver? Vamos vivendo, devagarinho…na verdade parece andamos por aqui para isso.
Adoro-te. Força. Penso sempre em ti.
Eu:
Acabei naquela manhã em que deixei de ser filha e passei a ser alma vazia num corpo que deseja ser tão inerte quanto o de minha mãe, apesar de ter de acompanhar o passo acelerado medido ainda em centímetros daquela que é minha filha. Sempre só fingindo vencer eu própria batalhas, quando no fundo sei que perco sempre uma e outra acabando por destacar lascas de mim até nada ser... como agora. Não sobra nada daquilo que tiveste por amiga, sou um palhaço animado por cordas invisíveis num teatro de riso que oculta com máscaras coloridas a dor de quem se sabe perdido, pequeno e sozinho falando num eco mudo para um mundo surdo.
Monday, April 23, 2007
Sombrio e ameaçador
Não tenho estrutura. Como é que fui desmoronar assim, tão irreversivelmente? Fui demolida, arruinada, fiquei sem o que havia de melhor em mim. Todos os dias finjo estar inteira, numa só peça, ergo a minha cabeça, mas os joelhos tremem-me e as mãos desobedecem. Afinal quem era eu... já nem me lembro. Era a tua menina e não serei mais a menina de ninguém. Porque demoras tanto a receber-me nos teus braços? Porque é que te esqueceste de mim, mãe? Porque é que apesar do meu esforço não te consigo rever aqui e sentir-me novamente a mim?
Estou insaciável, preciso de um milhão de pessoas para colmatar a tua ausência e, nada nem ninguém o consegue... milhões e ziliões de criaturas que não farão uma de ti. Alimento-me delas, retiro-lhes o melhor, substituo umas por outras, junto-as, divido-as, somo e multiplico mas não obtenho o que preciso. Vou seguindo nua e fria, desestruturada e vazia, neste caminho sombrio e ameaçador que não me leva a lado nenhum.
Friday, April 13, 2007
Um... dois... três...
Saturday, April 7, 2007
São de pedra
Tu não és aquela pedra que escolhi, não sorris como naquela fotografia. Tu és mais, és calor, uma côr, uma luz e uma canção. Tu és assim, minha mãe, meu amor, meu coração. Não estás ali, nem mesmo aqui, não sei de ti, não te encontrei. Dizem que sou tu, que sou assim também. Mas não sou...
Pedras são os outros, frios, duros e impenetráveis. E em breve o serei, porque me levaste tudo e me deixaste menina e mãe, sabendo que sem ti nada sei.
Visito a pedra à espera de te encontrar um dia, quente e sorridente e que me abraces como fazias, fundindo-me em ti e deixando que seja outra vez tua filha, teu fruto, teu amor. Deixa-me entrar no teu útero e esquecer a minha dôr.
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