
Haverá melhor sensação que a de ser mãe? E de ser filha? Não me conseguiu abandonar este pensamento hoje... interrogo-me se alguma vez fui mais feliz do que no exacto momento em que vi a minha filha pela primeira vez num ecran de ecografia. As lágrimas correram o meu rosto espontanea, abrupta e abundantemente tal foi a sensação que me invadiu de orgulho, plenitude e preenchimento emocional. Foi inexplicável aquele momento em que me vi habitada pelo querer a quem ainda nem sentia, que era ainda o abstrato, o imaginado, era uma ideia ténue de uma criança sem forma nem voz, e naquele momento ali estava dançando para mim... parecia tão alegre, pulando, movendo-se agitadamente, nadando no meu ventre como se não houvesse nada melhor no Mundo. O segundo melhor momento foi senti-la mexer, como se me tocasse por dentro, como se fosse uma carícia breve e fugidia, uma brincadeira que fazia comigo surpreendendo-me a qualquer altura do dia e fazendo-me companhia nas noites longas. Nunca mais me senti sozinha enquanto a tive em mim, enquanto foi só minha, enquanto me pertenceu totalmente, enquanto se alimentou de mim e me respirou a mim.

Não sei o que é melhor... ser mãe ou filha dessa que foi a minha mãe... sim, talvez isso.
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